20.6.09
MANIFESTO EM FAVOR DAS CASAS DE PARTO BRASILEIRAS
EM REPÚDIO AO FECHAMENTO DA CASA DE PARTO DAVID CAPISTRANO FILHO - RJ
RECONHECEMOS:
Que o modelo de assistência que orientou a organização dos serviços de saúde no Brasil é um modelo voltado para a doença e para o risco;
Que este modelo adota o paradigma de processamento industrial da assistência, objetificando sujeitos e, portanto, não abrindo a possibilidade de reconhecimento das individualidades e subjetividades, assim como não se sensibilizando para a manifestação do sofrimento e da dor;
Que uma das expressões mais perversas desse modelo é a linha de produção de cesáreas, que em muitas ocasiões desconsideram questões referentes à maturidade fetal, assim como o que seria mais recomendável como boa prática obstétrica;
Que o alto índice de cesarianas e outras intervenções desnecessárias, além de se refletirem em maior dano para mães e bebês, coloca nosso país como alvo preferencial de críticas por parte de organismos internacionais e de cientistas adeptos das boas práticas;
Que partos e nascimentos NÃO são fenômenos de doença, mas sim, a mais alta expressão de saúde, vigor e vitalidade – uma vez que é quando a VIDA se expressa em seu mais alto poder gerador;
Que o atual modelo de assistência ao parto e nascimento apresenta uma grande contradição: por um lado não atende à população de alto risco, haja vista as altas taxas de morbimortalidade materna e perinatal, e por outro, não atende à população majoritária de mulheres de baixo risco, haja vista a excessiva medicalização da assistência, onde práticas antigas e ultrapassadas ainda fazem parte da maioria das rotinas hospitalares (enema, tricotomia, episiotomia. ..).
EM CONSEQUÊNCIA:
Somos favoráveis à proteção e incentivo às atuais Casas de Parto em funcionamento em nosso país, assim como AO ESTÍMULO para abertura de outras casas de parto, com assistência prestada por enfermeiras, porque: • Casas de parto são modelos de assistência a partos e nascimentos baseados na visão desses eventos como processos saudáveis e contribuintes para maior qualidade de vida e saúde das mulheres e seus bebês; • Nesses ambientes é possível a prestação de atendimento mais individualizado, mais respeitador dos processos fisiológicos e naturais; • As enfermeiras, dependendo de como terá sido sua capacitação, terão condições de conduzir a assistência adotando mecanismos não farmacológicos de controle da dor, assim como de adotar medidas não invasivas e menos traumatizantes na condução do processo de parto – e de realizar a reanimação neonatal de acordo com os princípios da Academia de Pediatria Americana quando for necessário; • Mulheres que desejem a assistência ao parto em Casas de Parto devem ser de baixo risco de desenvolver complicações maternas ou perinatais no período de pré-parto, parto e pós-parto. • A assistência em Casa de Partos tem resultados que vão além da redução de morbidade e mortalidade (que são mais frequentes nos ambientes que tratam de doentes, como os hospitais): a facilitação do vínculo mãe-filho, ou mãe-pai-filho é potencializada, com efeitos na saúde mental e social da família; • Em países desenvolvidos, como Holanda, Japão, Alemanha, Áustria e outros, cujos indicadores de mortalidade e morbidade são consideravelmente baixos, assim como suas taxas de cesárea, esse modelo de assistência a partos e nascimentos em casas de parto por obstetrizes faz parte da rotina de atendimento obstétrico – profissionais de enfermagem e medicina atuam como equipe, em colaboração, no sentido do melhor bem-estar possível de mães e bebês. • Para mulheres de baixo risco a assistência ao parto em casas de parto resulta em uma maior satisfação por parte das mulheres e de suas famílias, em redução dos custos e conseqüente melhoria na alocação dos recursos financeiros e, principalmente, em indicadores EQUIVALENTES AOS MELHORES RESULTADOS OBTIDOS EM NOSSAS MELHORES MATERNIDADES.
PORTANTO, consideramos que: A mudança de modelo de assistência que vem sendo corajosamente proposta pelo MINISTÉRIO DA SAÚDE: a) leva em consideração recomendações de organizações internacionais, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), Centro Latino Americano de Perinatologia, Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), assim como as mais atualizadas publicações constantes na Biblioteca OMS de Saúde Reprodutiva e Biblioteca Cochrane, o que se convencionou denominar Medicina Baseada em Evidências Científicas; b) está solidamente legitimada em diretrizes políticas emanadas do Ministério da Saúde, que inclusive instituiu linhas de financiamento para constituição de casas de parto e habilitação de enfermeiras obstétricas; e c) é um avanço no sentido de se oferecer assistência humanizada e baseada em evidências científicas.
E, FINALMENTE, Acreditamos que as reações e atitudes contrárias ao funcionamento destas Casas de Parto são resultantes ou de um profundo desconhecimento das recomendações internacionais e, principalmente, das evidências científicas, ou de resistências à mudança de modelo, seja por conveniências que não consideram o que seria melhor para mães e bebês, seja por compromissos escusos com o grupo de profissionais que se beneficia com a atual situação de excesso de intervenções. Em pleno século XXI onde o acesso à informação é simples e está disponível a todos que queiram abalizar suas práticas com o que há de apropriado segundo critérios de rigor científico.
É INADMISSÍVEL aceitar ações arbitrárias, arrogantes e que desconsideram a Enfermagem como um todo, a população (que tem o direito de receber uma assistência digna, eficiente e baseada em evidências) e uma significativa parte da corporação médica que se nega a aceitar a "medicina baseada em eminências" e seus mitos; Médicos conhecedores de evidências científicas e preocupados com o bem-estar de mães e bebês são e serão sempre nossos aliados e parceiros, neste movimento iniciado há mais de dez anos PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO E NASCIMENTO!
Florianópolis, 07 de junho de 2009
Marcos Leite dos Santos
Obstetra
Universidade Federal de Santa Catarina
Presidente da ReHuNa
Amamentação: uma expressão do amor
Geralmente chegam a conclusão precipitada que os bebês estão com fome, que a amamentação não os satisfazem. O lactente apresenta uma sucção reflexa ("automática") como resposta a qualquer objeto que lhe toque os lábios. Este reflexo de sucção aparece no feto na 32ª semana de gestação, sendo comum flagrarmos alguns bebês sugando seus dedos intra-útero.
As crianças (até em torno dos 18 meses) estão na fase psico-sexual-oral, i.é, na etapa do desenvolvimento da libido, chamada oral, e sentem muito prazer em sugar ! O fato de sentirem-se bem sugando, "experimentando" o mundo é uma das primeiras manifestações de nossa sexualidade.
Eles se bem cuidados, assistidos, atendidos, carregados no colo, evoluirão naturalmente para outras etapas da sexualidade humana: a anal (em torno dos 2 anos), a genital (em torno dos 3 anos), a edipiana (4 – 6 anos) de latência (na fase pré-puberal)... até o padrão adulto.
Deixe-o sentir conforto, segurança, prazer ao descobrir e sentir o mundo com sua boca... Chupar os dedos dele ou os seu (dedo mínimo com a unha voltada para baixo, para sua língua) alivia a dor (ação analgésica da sucção não-nutritiva), o tranqüiliza, o faz relaxar e sentir-se seguro, protegido...
Para alguns bebês, a necessidade e o prazer de sugar são maiores do que para outros... Se o ambiente está tenso o bebê pode ficar aflito e ter maior necessidade de sucção não-nutritiva. Este é o têrmo técnico que utilizamos. Há sucção não-nutritiva até no peito, o bebê faz um movimento de chupar sem retirar leite, é uma sugada mais rápida (2-3 sucções por segundo) do que a sucção nutritiva (1 sucção por segundo) que o alimenta.
...
"A imensa afetividade dos mamíferos inicia-se do modo mais doce e adorável, quando crianças que saem imaturas do ventre das mães necessitam da proteção e calor dessas mães peludas nos seios das quais se aleitam."
Edgard Morin – Amor Poesia Sabedoria
Logo de início quero deixar bem claro que não estou dizendo que "quem não amamenta não ama". A maioria das mulheres não tiveram acesso a informação, esclarecimento, apoio, e foram bombardeadas pelo marketing das mamadeiras, chupetas, fórmulas infantis desde sua infância ou tiveram profissionais e serviços de saúde que não facilitaram este delicado início... dificultando o estabelecimento do aleitamento materno.
Na atualidade sabemos que a amamentação não é um ato instintivo, ainda que natural, e sim uma cultura que precisa ser recuperada e que é necessária um conjunto de habilidades, de informações, de técnicas para o êxito da alimentação ao seio.
Quero refletir sobre um pequeno conjunto de mulheres que tem acesso a informações, são apoiadas, orientadas, incentivadas e mesmo assim não conseguem, não querem (embora esta decisão seja difícil de ser assumida por ser politicamente incorreta). Na verdade, algumas mães podem não estar disponíveis emocionalmente para esta ato tão íntimo, que faz parte da sexualidade humana...
Como estes casos de desmame precoce aparecem no nosso cotidiano ?
"o bebê não pega no peito, não quer mamar";
"o peito rachou, dói muito"
"o bebê chora muito – eu não tenho leite"
"dou o peito toda hora e ele não ganha peso"
"o peito empedrou, tive uma mastite e o médico pediu para parar"
"não como adequadamente e o meu leite é fraco"
"o meus seios são meus órgãos sexuais e não quero que eles caiam"
...
Sabemos pela psico-fisiologia da lactação que a amamentação é um ato psicossomático complexo, que o leite é produzido no peito e na cabeça.
Que para amamentar com prazer há que se ter tranqüilidade, disponibilidade física, temporal, emocional-afetiva, a generosidade de compartir seu corpo, seu colo com o outro, querer dar, poder trocar, estabelecer uma relação muito próxima, profunda, de entrega...
A intenção não é a de colocar "culpa" ou melhor responsabilidade sobre a mulher que não tem paciência ou disposição... O que é necessário é entendermos as origens deste fenômeno que são profundas e podem começar em como esta nutriz atual foi concebida por sua mãe, amamentada ou não, carregada no colo ou não, sua trajetória afetiva familiar e seus relacionamentos conjugal, sexual, sua maneira de conviver com amigo(a)s, sua solidão...
Neste caso parece ser mais fácil utilizar-se da mamadeira porque não é preciso romper com as dificuldades até então guardadas e escondidas no íntimo mais profundo. A mulher que não entende que para mudar precisa romper com as dificuldades e que decidir ter um filho é antes de mais nada, se preparar para mudanças. Ao dar a mamadeira a mulher não sai comprometida a transformar-se, a procurar as causas mais superficiais (erros de técnica, crenças e tabus, desconhecimento do seu próprio corpo e de como o leite é produzido e ejetado/liberado) e os determinantes mais profundos (psíquicos, anímicos, espirituais, energéticos...) desta impossibilidade.
Amamentar é desejo, vontade, entrega, doação, troca, prazer com o outro.... Como pode uma mulher se entregar a um filho se não consegue se entregar a si mesma ? Talvez esteja aí a chave para ajudarmos tantas mulheres a recuperarem a sua auto-estima e confiança em si próprias e aí sim, teremos mulheres prontas para a vida de mãe no sentido completo que esta simples palavra expressa.
"As várias formas de amar são, na verdade, integradas, já que os mesmos hormônios estão envolvidos e os mesmos padrões de comportamento ocorrem durante
a relação sexual, o parto e amamentação."
Michel Odent
O leite é mais produzido "na cabeça", na nossa psiqué, resultado de nossa emoções de querer ou não, do que nas mamas.
Um exemplo que comprova esta afirmação: mães que adotam bebês sem terem estado grávidas, podem amamentar se estão disponíveis, se querem... Nós profissionais de saúde podemos apoiá-las com algumas técnicas, com algumas medicações, mas são elas e o seu desejo, o determinante do sucesso.
A OCITOCINA produzida pela neuro-hipófise é o hormônio do amor, do prazer,
das liberações/ejeções, da doação, da entrega...
A PROLACTINA secretada pela adeno-hipófise é o hormônio da maternagem...
Antigo na escala evolutiva, servindo a múltiplos papéis...
Mediando o cuidado com a prole, desde a construção do ninho, por ex. , até o comportamento agressivo defensivo, típico das nutrizes.
Quando uma mãe não quer ou está em um momento emocional que não pode, não há técnica, medicamentos, apoio, aconselhamentos que a remova da decisão. Para amamentar tem que querer poder e estar aberta a mudanças. E muitas vezes estes sinais de não disponibilidade já foram dados durante o pré-natal: sua visão das mamas como objeto sexual exclusivo, achar bonito o uso de mamadeiras e chupetas, não querer se preparar para o parto e amamentação em cursos de gestantes...
Há que se ter paciência e propor, sugerir, tentar não impor... e se mesmo assim a decisão é inflexível em não dar o peito, é melhor realmente não ofertá-lo. Uma última tentativa, que o complemento então, seja dado no copinho, ou na xícara para que a disfunção motora-oral ("confusão de bicos") não se estabeleça e que este bebe possa ter contato pelo menos com os seios para satisfação do seu prazer oral em sugar.
"O vínculo entre mãe e bebê é o protótipo de todas as formas de amor."
Autor: Dr. Marcus Renato
Publicado no www.aleitamento.com em 26/3/2003
20.5.09
Gracias a Dios morir de hambre no es contagioso
O assunto é polêmico e deixa refletir sobre a indiferença perante a fome, a desnutrição, a falta de recursos e investimentos para com a amamentação, etc.
O texto é em espanhol mas com certeza não vai ser dificil entendê-lo... boa leitura e postem suas reflexões!
Porque de ser así, hace tiempo que los seres humanos seríamos sólo historia pasada.
Morir de hambre no puede considerarse una pandemia (enfermedad epidémica que se extiende a muchos países o que ataca a casi todos los individuos de una localidad o región, según el Diccionario de la Real Academia Española), pero ver la manera como todos los años, según la Organización de las Naciones Unidas para la Agricultura y la Alimentación FAO1, más de 5 millones de niños mueren por desnutrición y deficiencias de vitaminas básicas y minerales, debería movernos tanto como el temido virus AH1N1.
No deja de inquietarme cómo los medios de comunicación, en su afán por informar, siguen cayendo en los mismos lugares comunes a los que nos tienen acostumbrados. Sin dejar de parecerme bastante preocupante el hecho (no tan fácil, según entiendo) de morir por la Gripa A, me indigna ver la indiferencia con la que el mundo entero trata el tema de las muertes por hambre. Y es apenas lógico que una gripa que representa la muerte potencial para cualquiera de nosotros sea tan preocupante, pero me pregunto hasta qué punto se le da tal tratamiento mediático por el hecho de ser contagiosa, pues si morir de hambre también lo fuera, ya quisiera ver la movilización de los medios de comunicación y de los gobiernos de todo el mundo, ante tan terrible pandemia.
Pero como gracias a Dios morir de hambre es exclusivo de ciertos países, de ciertas clases y de ciertos estratos socioeconómicos, y es imposible contagiarse, los seres humanos que gozamos el privilegio de la mesa servida varias veces al día, poco nos preocupamos por el tema. Poco nos importa saber que, según la FAO, 852 millones de personas no poseen lo suficiente para comer cada día, que 200 millones de niños menores de cinco años padecen malnutrición aguda o crónica, que 11 millones de niños mueren anualmente por enfermedades que se podrían prevenir (se trata de 30.000 víctimas diarias) y que 1,2 mil millones de personas no tienen agua potable.
Lo más triste de la historia es que muchas de esas muertes podrían evitarse con un acto sencillo, natural, antiguo, e inherente a nuestra especie, pero que lamentablemente está en desuso: la lactancia materna. La alimentación es un derecho humano fundamental y sin embargo parece no importarle a quienes están en la obligación de promover prácticas que garanticen la seguridad alimentaria de nuestra humanidad. La leche materna, aquella que cualquier mujer puede producir, es, por su propia naturaleza, la única capaz de proveer al bebé humano, de manera exclusiva, todo lo que necesita para vivir durante sus primeros 6 meses de vida, y después de este lapso y hasta los dos años o más, el 40% de los requerimientos energéticos. Esto significa no sólo evitar la muerte por hambre, sino evitar un sinnúmero de enfermedades que acaban con la vida de los bebés y niños no lactados, proveerles un sistema de defensas, así como disminuir el riesgo de contraer, a lo largo de sus vidas, ciertos tipos de cáncer, diabetes, y otras enfermedades. Esto, sin mencionar que el amamantamiento es la mejor manera de establecer el primer vínculo madre-hijo y una relación que tendrá beneficios duraderos sobre la autoestima de ambos. Igualmente, la mujer que da el pecho, está protegiéndose contra la osteoporosis, el cáncer de mama, la diabetes, infartos, embolias, entre otros padecimientos.
Esta es una invitación a los medios de comunicación para que no sólo le den importancia a noticias cuya extraordinaria repercusión merece todos los titulares, sino a aquellas noticias que, aunque en apariencia no tienen la magnitud de una pandemia, podrían tener una influencia definitiva en la manera como nuestra sociedad concibe hoy en día el tema de la alimentación de sus infantes. Es nuestra responsabilidad con las futuras generaciones promover la lactancia materna como la única práctica natural con la que fuimos provistos como mamíferos, para alimentar a nuestras crías con la única leche especialmente diseñada para ellas. Eso contribuirá enormemente a preservar nuestra especie y a formar individuos más sanos física y emocionalmente.
Eliana Duque Vélez
Comunicadora Social-Periodista
Liga de la Leche de Medellín
ligadelalechemed@gmail.com
15.5.09
ONE MILLION CAMPAIGN
Cerca de dez milhões de crianças morrem todos os anos, em todo o mundo, antes do seu quinto aniversário por causas que poderiam ser evitáveis.
São 27 mil por dia ou 1.100 crianças que morrem a cada hora, sendo que um terço dessas - cerca de 450 por hora - são bebês com menos de um mês de vida. Muitas deles teriam sobrevivido, se as mães tivessem recebido orientação, apoio e condições para amamentá-los.
Hoje em dia, ninguém nega mais a importância da amamentação para o desenvolvimento - e, em alguns casos, até para a sobrevivência - das crianças, mas o sucesso da amamentação não pode ser responsabilidade única das mulheres.
São muitos os fatores que afetam a sua habilidade e disponibilidade para amamentar. A divisão do trabalho doméstico, a confiança em seu corpo e sexualidade, necessidades econômicas, leis trabalhistas, violência em casa ou no local de trabalho, acesso a serviços de apoio, a promoção de alimentos artificiais para bebês, tudo isso e muito mais, afeta essa decisão.
A mãe só poderá exercer plenamente a amamentação se puder contar com uma rede de apoio, com o compromisso da sociedade em possibilitar que o ato de amamentar não seja uma ação isolada e solitária, mas resultado de um esforço coletivo que garanta a toda mulher condições para isso. Alguns fatores importantes, que levam ao abandono da amamentação são:
* a inexistência de legislação adequada e apoio no local de trabalho às mulheres que trabalham fora de casa e desejam amamentar;
* a falta de apoio e orientação correta sobre amamentação e alimentação infantil;
* a promoção indiscriminada de alimentos promovidos como substitutivos do leite materno, seja diretamente para as mães ou para profissionais de saúde, que minam a confiança das mulheres na amamentação.
A Campanha do Um Milhão pretende reunir pelo menos um milhão de assinaturas numa petição que cobra o compromisso dos países na busca de soluções para a superação dessas dificuldades.
O texto da petição é o seguinte:
Às autoridades mundiais
Como cidadã(o)s, reivindicamos que se interrompa a interferência comercial na nutrição infantil; que se implemente, rigorosamente, o Código Internacional para Comercialização de Substitutos de Leite Materno e se assegure o apoio às mulheres para amamentar.
Pedimos que sejam criadas e implementadas legislações restritivas à promoção de substitutivos do leite materno e alimentos infantis, por parte das indústrias; que se estabeleça um plano de ação, devidamente financiado, para promover e apoiar as mulheres para amamentar da melhor forma e para que tenham garantido um ambiente comunitário e de trabalho favorável à amamentação, que contemplem os recessos adequados, tanto no setor público quanto no privado, possibilitando que as mulheres que trabalham fora de casa não se vejam forçadas a abandonar a amamentação.
Ação Urgente
Entre os dias 18 e 22 de maio, acontecerá a 62o Assembléia Mundial de Saúde, em Genebra (Suíça), onde autoridades de países de todo o mundo discutirão:
* questões relacionadas a preparação para pandemia de gripe;
* a implementação de Regulações Internacionais de Saúde;
* cuidados básicos de saúde, incluindo o fortalecimento do sistema de saúde;
* determinantes sociais de saúde; e
* o monitoramento das conquistas relacionadas com a saúde da iniciativa mundial “Metas de desenvolvimento do milênio”.
Arun Gupta, coordenador da campanha, levará à Genebra o resultado da primeira fase dessa petição, que será entregue a representantes de todos os países. Por isso, estamos tentando reunir o maior número de assinaturas possível, nesses próximos três dias.
Aí é onde vocês podem ajudar.
Vamos fazer uma corrente de solidariedade, assinem e divulguem a nossa petição via emails, listas de discussão, blog, sites, Orkut, Facebook, Twitter, MSN, como puderem, para que o Brasil possa mostrar o já conhecido compromisso com a promoção, defesa e apoio do aleitamento materno.
Ainda não temos uma versão em português do site da campanha mas vocês podem assinar a petição (cujo texto é o que está acima em verde), no site em<http://www.onemillioncampaign.org/en/Details_Petitions.aspx> inglês ou<http://www.onemillioncampaign.org/sp/Details_Petitions.aspx> espanhol.
Você só precisará colocar seu nome, sexo, email, país e, se quiser, telefone. Essa é uma boa oportunidade de ajudar, com o que vocês já são muito bons: fazendo mobilização na internet.
Participem.
Twitter da campanha: http://twitter.com/onemillion_bf
Facebook: Support breastfeeding: ONE MILLION CAMPAIGN<http://www.facebook.com/profile.php?id=805259678#/group.php?gid=50360141389&ref=ts>
Video noYou Tube<http://www.youtube.com/watch?v=GxPUsbTqa0I&feature=channel_page>
(fonte: Denise Arcoverde)
12.5.09
Semana Mundial pelo Respeito ao Nascimento

Além de cerca de 30 fotos e seus cartões explicitando os mitos que rondam o parto em questão e que seriam motivo para uma cesárea possivelmente mal indicada , usaremos banners para divulgar a Rede, expôr os riscos da cesárea para mãe e o bebê e atentar para altas taxas de cesárea nos hospitais brasileiros.
A exposição acontecerá simultaneamente em várias cidades.
Em Brasilia, nos dias 16 e 17/05 no Centro Cultural de Brasilia (L2 Norte, Quadra 601 ao lado do SERPRO) e nos dias 19 e 20/05 na Associação Pró-educação Vivendo e Aprendendo (L3 Norte, Quadra 604, atrás da Academia da Vizinhança).
Para saber mais, visite o site da Parto do Princípio: http://www.partodoprincipio.com.br
(fonte da notícia: http://maesyl.blogspot.com/)
6.5.09
Atenção...
4.5.09
os concursos
O primeiro será de depoimentos, cujo tema é "La Leche League e o apoio de mãe para mãe". Escrevam um pequeno texto sobre o apoio que receberam de La Leche League, no Brasil ou em outros países, frquentando reuniões, conversando com uma líder, escrevendo uma mail... não imteressa como. Podem utilizar um texto não inédito: o que importa é que do depoimento se entenda a peculiaridade do apoio de mãe para mãe que é a alma de La Leche League.
O segundo concurso será de fotografias, "A família da amamentação" incluindo, ao redor do bebê, a família. Neste caso também a foto não precisa ser inédita nem atual. Por que a família? Porque para a mãe o apoio da família é importante para estar relaxada, confiante e receber a ajuda de que precisa.
Os melhores trabalhos serão premiados sendo selecionados para ser publicados em um CD que será lançado no final de 2009 e, por isso, junto com o trabalho, pede-se a autorização para tal publicação para fins de divulgação e promoção da amamentação. Todas as mães selecionadas terão direito a uma cópia gratuita do CD que será vendido para arrecadar fundos para o funcionamento do grupo de Brasília de LLL.
O prazo para o envio para o e-mail: francescaromana99@yahoo.com é o dia 07 de agosto de 2009.
21.4.09
Estamos nos preparando para o dia das mães 2009....
Tinhamos prometidos uma surpresa e teve a surpresa: era o aniversário da Francesca que soprou uma velinha (uma estranha velinha marcando 0 anos... quando na realidade ela completava 46 anos...). Teve mais uma surpresa; estavam presentes os filhos da Francesca, Giulia e Luca, ambos amamentados quando filhotes, hoje lindos adolescentes (desculpem esta corujice!).
À reunião estavam presente também Clarissa, dona do Espaço Acalanto e sua filha Maria, a menininha dos olhos mais azuis que nós conhecemos. Clarissa foi agradecida de coração por estar cedendo cada mês gratuitamente o Espaço para as reuniões.
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20.4.09
NÃO votem mais!
Recebemos agradecimentos pela colaboração.
29.3.09
Enquete da IBFAN Brasil
Para vocês a imagem do copo de leite nos rótulos das imagens em baixo, representa:
( ) uma foto, um desenho ou outra representação gráfica
( ) uma imagem necessária para ilustrar o uso de produto
Podem responder postando um comentário direto aqui no blog ou enviando uma mail para:
27.3.09
Surpresa em Abril!
LLL MACEIÓ FESTEJA 30 ANOS!

BOAS MÃES ATRAVÉS DA AMAMENTAÇÃO
1979 /2009 – La Leche League de Maceió: 30 anos investindo no futuro, informando, orientando, incentivando e apoiando a amamentação no Brasil.
Nota da Editora: A La Leche League de Maceió (LLLM), neste ano está completando 30 anos de atividades ininterruptas. Para celebrar a conquista, estamos publicando o artigo escrito pela Lavínia, membro da LLLM, mãe do João Juvenal, onde ela descreve o apoio de seu esposo Rodrigo, bem como o da LLLM para o sucesso da amamentação de seu filho. Dedicamos esse depoimento e os 30 anos de atividades, à fundadora da LLLM e sempre amiga Rebecca (Becky) Magalhães, que nos confiou o grupo há 20 anos, e sempre apoiou e apóia efetivamente nosso trabalho.
UMA AMAMENTAÇÃO E MUITOS APRENDIZADOS
Desde nova eu sonho em ter filhos, mas nunca sonhei especificamente em amamentar porque nunca foi algo que tivesse visto durante a minha infância. No entanto, por diversas razões na minha vida, amamentar foi algo que estava determinada a fazer, sem me importar com obstáculos no caminho. Aqui, conto como superei todos os meus obstáculos.
Redução de mama: o mito
Por razões estéticas, quando completei 15 anos minha mãe autorizou-me a realizar uma cirurgia de redução de mama. Lembro-me como hoje que a maior preocupação da minha mãe era se eu conseguiria amamentar. Em todas as consultas pré e pós-operatórias isso era perguntado e o médico dizia claramente que eu conseguiria amamentar. O tempo passou, e a notícia de que amigas que haviam realizado a mesma cirurgia, tiveram filhos e não conseguiram amamentar começou a se alastrar, ganhar força e confundir minha cabeça. Passei a ir a ginecologistas e perguntar a respeito, e todos me confirmavam que eu não conseguiria amamentar. Até engravidar, foram 12 anos de preocupação e consultas a médicos, onde perguntava, inclusive, se não existiria algum exame que pudesse ver se eu poderia amamentar.
A minha preocupação passou a ser a do meu esposo e, assim que engravidei, minha ginecologista mandou que procurasse a Pajuçara, coordenadora da Liga do Leite de Maceió. Participei da minha primeira reunião aos 3 meses de gravidez e o tema era “os benefícios da amamentação”. A cada novo benefício comentado pelas mães, ao invés de feliz com os «poderes» da amamentação eu ficava cada vez mais triste e me perguntando o que estava fazendo ali se não conseguiria amamentar. Pensei em sair da reunião, mas fiquei com vergonha. No final da reunião, criei coragem e disse exatamente isso para Pajuçara. Ela, de imediato, rechaçou a idéia de que eu não amamentaria e indicou vários depoimentos em seu livro, de mães que realizaram a cirurgia e amamentaram sem problema algum, pois desde o início ela me disse que o sucesso da minha amamentação estava no psicológico: se confiasse que amamentaria eu teria sucesso, de outro modo, eu poderia fracassar.
Descobri, então, que a chave do sucesso para amamentação após a redução de mama era exatamente o psicológico. Ao escrever essas linhas não posso deixar de notar que talvez essa seja a chave para o sucesso de toda e qualquer mulher, visto que, se a mãe deseja muito amamentar, pensa positivo e visualiza-se amamentando com muito leite, ela conseguirá. É “o segredo”. Bem, assim o fiz durante toda a gravidez.
Devido à cirurgia, havia perdido a sensibilidade nas mamas, por isso, não senti a mama sensível, mas, no 4º mês de gravidez eu já possuía muito colostro, segundo minha médica. A partir daí, tive a certeza de que eu conseguiria amamentar, pois já possuía colostro. Ainda assim, muitos ao meu redor tentavam me preparar para a mera possibilidade de eu não conseguir amamentar, com medo de que eu me frustrasse muito se não conseguisse.
Dizia a todos, com a maior certeza do mundo, que eu conseguiria amamentar. De onde veio essa vontade e essa certeza eu não sei, mas, em determinado momento, passou a ser uma questão de honra mostrar a todos que eu conseguiria amamentar.
Sem stress e com a maior certeza do mundo, pedi às médicas que colocassem o bebê para mamar entre 20 e 30 minutos após ele ter nascido e não deixassem passar desse prazo, pois havia lido que o reflexo de sucção até esse período é maior. Assim foi feito. Ainda estava na mesa de cirurgia (após o bebê nascer), quando minha obstetra e a pediatra começaram a tentar fazê-lo pegar o peito, sob protesto das enfermeiras, já que eu ainda não estava pronta após o parto de cesárea. Como meu mamilo era plano, ele demorou um pouquinho, mas logo pegou o peito normalmente. Mamou mais um pouco essa noite e dormiu quase a noite toda, vindo a mamar novamente de manhãzinha.
Alguns desestímulos ainda vieram de alguns médicos, outros demonstraram preocupação, mas eu simplesmente resolvi ignorar. Os comentários negativos ou incentivadores de leite artificial entravam por um ouvido e saiam pelo outro, sem maiores problemas ou chateações.
Sentia-me realizada amamentando e despreocupada com o fato de que a mama havia retornado ao tamanho que era antes da redução, o que também pode ser outro fator psicológico que influencie a quem se submeteu a uma redução de mama.
Mamilo plano e rachado: o verdadeiro problema
Saí do hospital com vitamina E prescrita pela obstetra para cicatrizar o mamilo e com a informação de uma pediatra de que o leite gordo só saía completamente após 40 minutos, ou seja, o bebê teria que ser amamentado em cada peito por 40 minutos até ser levado para o outro peito. Segui as orientações médicas.
A primeira semana com o bebê foi tranqüila. O problema começou a partir da segunda, quando o mamilo ferido parecia que tinha sido aberto, sem anestesia, para uma aula de anatomia. Sobre a carne crua do mamilo dava para ver os canais de onde saía o leite. Comecei, então, a usar a vitamina E prescrita. Realmente começou a cicatrizar bem rápido. Mas imaginem que a cada hora, sobre um começo de cicatriz o bebê mamava, tirando a casquinha e deixando o local pior do que estava. Foi a pior dor física que já senti na minha vida. E isso se prolongou por muito tempo, cada dia agravando mais a situação. Para piorar, passei a ouvir inúmeros conselhos diferentes, principalmente, o de deixar o mamilo exposto o maior tempo possível, bem como deixá-lo ao sol. Com isso, parecia que o mamilo estava, literalmente, sendo comido durante as mamadas, tanto pela dor, quanto pela aparência. Depois de 15 dias tentando de tudo sem melhoras (gelo para amenizar a dor, remédio para não sentir dor, secador para cicatrizar etc), uma noite não agüentei, e passei a agradecer a Deus os momentos que o João estava dormindo ou sem mamar. Quando ele pegava no peito eu me contorcia toda, chorava e, até, gritava de dor. Era uma tortura. E ao perguntar para as médicas o que deveria ser feito, todas elas diziam que nada poderia ser feito, pois o primeiro mês era assim mesmo. Passei a ter raiva das mulheres que diziam que amamentar era a experiência mais maravilhosa do mundo, pois nunca havia sofrido tanto em toda a minha vida. Uma força interior, porém, me motivava a continuar e agüentar a dor.
Houve um dia que não agüentei mais. De madrugada, chorando, pedi ao meu esposo que comprasse uma chupeta para dar tempo de eu tirar leite e dar ao bebê no copinho. Como ele havia lido o livro da Liga do Leite comigo, ele parou e me perguntou se não haveria uma outra saída. Isso foi lindo, mas, chorando muito, aos berros e soluços, disse a ele que precisava de um tempo para tirar leite e dar para ele, e não conseguiria com ele chorando. Ele comprou a chupeta e o João Juvenal pegou na mesma hora, sem maiores dificuldades. Mas, quando me mostraram ele de chupeta, eu chorava tanto que não conseguia tirar leite quase algum. Acalmei-me depois de uma hora chorando, dei leite para ele no copinho e fiquei me perguntando o resto da noite qual a real razão de eu não querer dar leite artificial, já que tantos meninos se criavam assim. Ao falar para o meu marido, ele me respondeu que se eu fizesse isso nós iríamos perder muitas noites, preocupados com o menino doente. Fiquei feliz novamente, pois no meu único momento de fraqueza, encontrei apoio do meu marido para continuar a amamentação.
No entanto, até então minha dor ainda não havia passado. No final de cada mamada eu me perguntava se agüentaria uma outra, mas as energias se renovavam após uma hora de descanso entre as mamadas. No final do outro dia, parecia que eu não agüentaria mais. Foi quando me lembrei que a Pajuçara fazia “consultas telefônicas” a mães desesperadas, e resolvi ligar. Durante uma mamada, chorando compulsivamente de dor e desespero, mas sem querer demonstrar, resolvi dar uma última chance à amamentação e liguei para ela. Como são dicas muito importantes, resolvi dar destaque ao que a Pajuçara me disse nesse telefonema:
A primeira coisa que me disse foi que a dor não fazia parte da amamentação, o que foi uma grande felicidade, pois para todos com quem conversava parecia que a dor era algo normal e eu teria que conviver com ela;
Depois me disse que não sabia como eram meus mamilos, mas que eu não deixasse de usar “as conchas” de silicone (a dura dos dois lados, para formar mamilo) e só tirasse quando o bebê estivesse pronto e posicionado na frente do peito, para não dar tempo de o mamilo se retrair;
A mamada não precisava durar os 40 minutos cronometrados no relógio, como eu fazia, pois na amamentação não existe horário. Quando o bebê reclamar já pode passar para o outro peito, pois o leite gordo demora poucos minutos para sair, já que o primeiro leite é mais ralo para matar a sede, porém, logo depois já vem o leite gordo;
Também me disse que não passasse nada nos mamilos, visto que o leite e a saliva do bebê eram cicatrizantes, e que só precisavam de 5 minutos de exposição ao ar livre após a mamada, e entre 2 e 5 minutos de sol para ajudar a cicatrizar;
No final, orientou-me quanto à posição correta do bebê: barriga do bebê encostada à sua barriga, e joelhos do bebê voltados para você.
Foram mais de 30 minutos de um telefonema tranqüilizante e motivador, pois ela me falou que no outro dia eu iria sentir uma melhora.
Terminei aquele telefonema e aquela mamada com as esperanças renovadas. Uma hora depois o João já queria novamente mamar e, qual não foi a minha surpresa quando, seguindo as orientações dela, não senti nenhuma dor. O peito ainda estava rachado, comido, sangrando e em carne viva, mas eu não sentia nenhuma dor.
Se existe milagre, esse foi um deles. A minha amamentação, então, passou por duas fases: “a.P e d.P” – antes da Pajuçara e depois da Pajuçara. Sei que este não é o momento mais indicado, mais gostaria de agradecer a ela por tudo o que fez por mim e pelo meu filho.
Bebê dorminhoco
No entanto, o fato de deixar o bebê por 40 minutos em cada peito me gerou um outro problema (além das rachaduras): ele passou a dormir direto no peito. Quando eu tirava, ele acordava e começava a chorar. Assim, continuei passando muito tempo com o bebê no peito e passei a achar que ele estava “viciado em peito”. Com isso, o mamilo não cicatrizava.
A única saída que me davam para resolver o problema era colocar uma chupeta, já que o João Juvenal estava fazendo o peito de chupeta.
Dessa vez resolvi não esperar tanto. Uma semana sem dar chupeta nem conseguir ir ao banheiro, pois ele chorava, liguei para a Pajuçara. Ela me disse que, provavelmente, o bebê estava apenas dormindo no peito e não mamando, e que para verificar isso, bastava eu colocar meu dedo mindinho no pescoço dele para ver se estava engolindo ou chuchando e, se ele estivesse chuchando e não tivesse se alimentado, eu deveria acordá-lo para mamar mais. No entanto, se ele já tivesse se alimentado, eu deveria tirá-lo do peito e só dar novamente com um intervalo mínimo de 1 hora, ainda que ele chorasse (e eu soubesse que não era de fome). Pronto, depois de cerca de 15 dias eu tinha o problema totalmente resolvido: meu peito estava cicatrizado e o bebê só dormia no peito pelo tempo que eu desejasse.
Resultado da amamentação: bebê gigante e doação de leite
Antes de amamentar sabia que poderia ter dificuldades, mas para cada uma delas haveria uma solução. Meu problema foi que, inicialmente, fui buscar a solução em pessoas que não sabiam quais eram as causas dos meus problemas, apenas seus efeitos. Agora sei que, para toda dificuldade existe uma solução, porém, ela deve ser buscada com quem entende e tem experiência no assunto.
No primeiro mês, com todos os problemas que tive, o João Juvenal engordou 630g. Fiquei super feliz, mas a pediatra, ainda preocupada com minha redução de mama, falou que ele precisava ter engordado mais 70g para ficar na média, desconsiderando que ele havia crescido 5,5 cm (acima da média) e me pediu para complementar com leite artificial a alimentação dele. Isso não foi feito.
No segundo mês, seguindo as orientações da Pajuçara, meu bebê engordou 1 kg – 300g acima da média e cresceu 2,5 cm, levando a pediatra a perguntar se ele havia tomado fermento. Com dois meses ele começou a querer ficar em pé, já sustentava a cabeça, gargalhava muito, se virava, e inúmeras outras coisas que só anunciam para bebês de 4 meses.
No terceiro mês o João Juvenal nunca ficou doente. É muito esperto! Engordou novamente 1 kg e aumentou 4 cm. Hoje, com três meses e meio, ele possui o tamanho de um menino de 6 meses e meio: 6,6 kg, 65 cm e perímetro cefálico de 42,5 cm. Ele parece um gigante e é super saudável!
Eu tenho tanto leite que me acordo de duas em duas horas à noite para tirar. Por conta disso, tenho tanto leite estocado que fiz uma grande doação a hospitais da região. Para vocês terem uma idéia, o meu leite estocado não coube no isopor que eles trouxeram da primeira vez. É irônico perceber após essa jornada, ainda no começo para nós, que uma pessoa que não deveria ter leite, na verdade, tem tanto que o doa para ajudar outras mães e outros bebês.
O João Juvenal hoje começa a espaçar mais entre as mamadas, e já começo a sentir tanta falta dele que a necessidade da amamentação já passou a ser minha.
Finalizo pedindo a todas que acreditem na amamentação (sem dor), nos seus benefícios e procurem soluções com as pessoas adequadas se os problemas surgirem.
Lavínia Cavalcanti Lima Cunha
Mãe da La Leche League de Maceió
Maceió,AL.
A La Leche League de Maceió está muito feliz por festejar seus 30 anos com vocês
...e La Leche League Brasília está muito feliz por festejar junto com o grupo irmão de Maceió uma meta tão importante!
13.3.09
AMANHÃ É DIA DE REUNIÃO!


COMUNICADO OFICIAL DE LLL
A Medela já foi notificada pela LLLI de que os contratos existentes entre vários Grupos e a empresa serão mantidos até suas vigências mas que não serão renovados futuramente.
9.3.09
Relato nº 7
Hoje estou postanto um e-mail que uma brasileira que mora na Grã Bretanha mandou para a lista de discussão de La Leche League.
(9 de julho de 2008)
7.3.09
Reláto nº 6
Eu tentei ordenhar também mas não saia quase nada. Uma vez eu consegui ordenhar 100ml, ele mamou tudo e ainda queria mais. Bom, as vezes que eu consegui ordenhar mais leite foi de madrugada. Eu ia de mansinho pro quarto do bebê e ficava olhando pra ele, sentindo o cheirinho dele, so assim pro leite sair, de dia e longe dele eu não conseguia mesmo.
Eu começava com a bombinha e quando ficava mais dificil de sair eu terminava com ordenha manual. Também li que uma foto ou uma roupinha com o cheiro do bebe ajudam na hora de ordenhar... é engraçado mas se o corpo não identifica a necessidade do bebê o leite chega a empedrar mas não sai! Eu consegui contornar a situação no trabalho pra poder continuar com ele, mas quase desesperei e dei leite em po. Quase! ....
Outro dia fiquei muito empolgada com a noticia de uma cliente minha que teve trigêmeos e quer amamentar todos os três! Ela deu um complemento no primeiro mês, até eles ganharem peso mas ja esta tendo leite suficiente pros três! Quem ainda duvida que a natureza é perfeita e se adapta até às situações mais inesperadas?"
Thais
Mãe do Adriano 3meses
6.3.09
Relato nº 5
4.3.09
Relato nº 4
"Amamentacao após mamoplastia, é possivel? Leia aqui uma historia de sucesso!"
"Primeiramente gostaria de parabenizar todas as mamaes guerreiras que pesquisaram e decidiram ir em frente com a amamentação! Realmente os beneficios sao enormes como a ciência comprova dia a dia.
Eu sou uma mãe que tive sucesso na amamentação e ainda amamento meu “bebe” de 2 anos e 4 meses, sem data para parar. Quem me conhece sabe que sou totalmente favorável à amamentaçâao, quanto mais melhor!
O que eu não concordo e jamais incentivaria é a mãe que opta por não amamentar desde o inicio (pessoalmente tb nunca conheci uma mãe que optasse por isso). Justamente porque os benefícios do aleitamento são enormes e nada justifica privá-los disso se existem condiçõoes para que aconteca.
Agora vou contar minha experiência. Na gravidez eu ja desejava muito amamentar mas tinha uma angustia por não saber se conseguiria pois fiz uma cirurgia de reducão dos seios 7 anos atrás. Nem meu GO nem ninguém poderia dizer se a amamentação aconteceria, somente na hora, na tentativa mesmo, poderia-se analisar se os cortes da cirurgia tinham atingido algum canal importante na glandula mamária.
Bom, o Lucas nasceu e vieram as enfermeiras me ajudar a mostrar a pega ideal do bebê no seio, e de cara ja viu-se que eu teria dificuldades. Chamamos as consultoras de amamentação, que fazem parte da La Leche League e atendem em hospitais também. (nos EUA)
O seguro saúde cobre esses servicos, nesse ponto tive muita sorte porque aqui o apoio e ajuda à amamentação são enormes!
Quando a consultora de amamentaçãao viu que não estava dando certo, bico rachado, sangrando, Lucas chorando e nenhum leite vindo, me olhou com uma cara de dó, como se estivesse com muita pena de mim mesma.
Me sugeriu a leitura do livro “Amamentação apos cirurgia”, abaixo o link para compra na amazon:
http://www.amazon.com/exec/obidos/ASIN/0912500867/ref%3Dnosim/kellysattachm-20/102-5540830-6299362 (livro recomendado pela LLL)
Tambem me orientaram a bombear varias vezes por dia e ja instalaram uma bomba eletrica no quarto do hospital e trouxeram todos os apetrechos. Doia muito bombear!!! Mas continuei tentando. Outra coisa foi que como não tinha leite nenhum vindo me orientaram a dar leite artificial na sonda de translactação.
‘E mais ou menos o seguinte: um tubinho bem fininho e longo, uma ponta vai numa seringa com leite artificial e a outra voce 'prega" no seu peito com uma fita. A ponta que fica no seu peito tem que ficar bem no bico, tá! Assim o bebe suga o bico do seu peito e recebe o leite da seringa, ou seja, é alimentado e mesmo assim esta estimulando seu cerebro a produzir leite para seus seios.
Outra coisa que pediram foi que eu anotasse todas as vezes que o Lucas mamasse, fizesse xixi e coco, Todas as vezes que elas chegavam no quarto e viam a tabela ficavam impressionadas que o Lucas passava 1 hora, 2 horas, diretão no meu peito ehhehehe…Bom, depois de muita luta o leite veio, um pouco antes da hora de ir pra casa. E segui, bombeando 2-3 vezes ao dia, tratando os ferimentos com pomada, etc, etc…Prossegui com a amamentação em livre demanda e para alegria tudo deu certo e Lucas mamou exclusivamente no peito por 6 meses, tirando algumas mamadeiras de leite artificial no hospital nos 2 primeiros dias.
Comecei a me apaixonar mais e mais pela questão e hoje em dia sou membra da La Leche League (http://www.lalecheleague.org), defendo a amamentação prolongada pois existem muitos benefícios ainda mesmo depois de 1 ano de idade.
Aqui um link interessantissimo sobre os beneficios da amamentacao prolongada:
http://www.aleitamento.org.br/toddler1.htm (não fúnciona mais)
O principal, em minha opinião, é que a amamentação é uma forma de amor. Uma forma de amor que eu gosto de dar ao Lucas e que ele adora receber."
Hoje Andréia é mãe da Isabela também, que amamentou esclusivamente até os 6 meses e que ainda amamenta!
3.3.09
Relato nº 3
Onze anos depois, nasceu minha segunda filha. Incentivada por campanhas e amigas que amamentaram ou amamentam seus filhos, tinha toda informação sobre os benefícios para o bebê, mãe e família. Indo mais além, até mesmo para o planeta, uma vez que amamentação é ecologicamente correto. Meu desejo era amamentar exclusivamente por 6 meses e prosseguir por 2 anos ou mais. Tive um parto cesáreo, apesar de desejar parto normal, pois ela estava em posição pélvica. Anestesiada e com muitas dores, não amamentei-a na primeira hora de vida. Quando ela chegou para mamar, não pegou o seio de primeira. Após um tempinho, assim que ela abocanhou o bico, comecei a sentir dores agudas em função das fissuras. As enfermeiras do hospital me alertavam: a pega está incorreta. No terceiro dia, o leite desceu e me deparei com mais uma dificuldade. Uma enfermeira, mais solícita e acolhedora quer as outras, ajudou à mim e a meu marido nos orientando como tirar o excesso de leite, cuidar das mamas e posicionar a pega correta. Ela foi fundamental para a situação não ficar ainda mais difícil em casa, quando voltamos do hospital. Um mês depois de muito sofrimento por causa das fissuras e bico rachados, pensei muitas vezes em desistir de amamentar. O que gerava muita angústia, pois queria muito amamentá-la.
Recebi apoio e orientação de algumas amigas, via internet, que me apresentaram à concha que protege os bicos machucados nos intervalos das mamadas, ajudou bastante. Depois de dois meses, em uma consulta de rotina com o pediatra, saímos apreensivos. O médico, com ar preocupado, alertou para o fato de que minha filha não havia engordado como deveria (estava com o mesmo peso de quando saiu da maternidade). Foi desolador. Chegamos até a fazer exames de sangue e urina para descartar algumas doenças. Me senti impotente e "incopetente" por não dar para minha filha o que ela precisava. Meu marido não falava em leite insuficiente, mas eu percebia seu ar de preocupação e descrença. Aquela situação, entretanto, não me desanimou. No fundo eu sabia que o melhor leite para minha filha era o meu.
Busquei informaçãoes em um grupo virtual de apoio à amamentação de um site de relacionamentos e lá obtive toda informação necessária. Descobri o método de relactação por meio de uma mãe brasileira muito generosa que mora nos EUA e repassava todo apoio e informação que obtinha na La Leache League, além de outras mulheres que, junto com ela, moderavam a comunidade virtual. Com três meses e meio, quando voltamos ao consultório, minha filha ganhava peso à olhos vistos. O médico, desconcertado, disse que ouvira falar de relactação, mas nunca viu nenhuma mãe que tivesse feito. Se não fosse aquele grupo de mães, certamente minha filha não teria sido amamentada. A relactação durou só 1 mês e meio, pois logo minha produção se ajustou à demanda da minha filha.
Hoje, com 8 meses (OBS: relato enviado no verão de 2008) ela é amamentada em livre demanda e se alimenta de sólidos 3 vezes por dia. É um bebê saudável e muito feliz.
Aprendi com isso tudo muitas coisas:-
Que devemos acreditar no nosso corpo.
Não existe leite fraco e os três primeiros meses são mais difíceis mesmo.
Tudo é uma questão de tempo para o corpo da mãe de ajustar às necessidades do bebê e acertar a pega;
- A livre demanda é fundamental para o sucesso da amamentação. E isso requer paciência e dedicação;
- É um aprendizado, tanto para o bebê quanto para a mãe. Devemos estar abertas para esse aprendizado diário;
- Buscar informação e grupos de apoio formado por outras mulheres, que também amamentaram, pode ser mais crucial do que a orientação de alguns profissionais de saúde que não defendem a causa;
- Confiar nos benefícios da amamentação e se informar sobre eles nos deixa mais seguras e protegidas de comentários que desestimulam.
A amamentação aqui em casa é um hábito que se incorporou à rotina da família, de forma natural. Fortalecemos o vínculo mãe-bebê-pai e família. Meu marido está mais confiante e segura da nossa capacidade como cuidadores, após testemunhar minha perseverança. Hoje defende e assegura esse benefício para mim e nossa filha e a irmã mais velha certamente está levando esse aprendizado para quando for sua hora de amamentar."
A Samantha foi uma das mães que respondeu ao meu chamado quando estava querendo editar uma revista eletrônica, projeto que não teve continuidade por falta de ...mão de obra. Eu sou a líder, a divulgadora, a organizadora das reuniões, a blogueira, a idealizadora e vendedora dos produtos para arrecadar dinheiro...(não sou artesã orque sou a negação de trabalhos de artesanato, sic). Mas o projeto descansa num lado da minha mente aguardando o momento certo para pipocar de novo...