27.8.09

Amamentar pode “alinhar” cérebro da mãe com o do bebê

Pesquisa destaca que oferecer o peito à criança pode influenciar na criação de laços afetivos


A maioria das pesquisas sobre amamentação é focada nas vantagens que o leite traz para a saúde do bebê e, mais recentemente, nos benefícios fisiológicos e psicológicos para a mãe. Uma pesquisa recente destaca o mecanismo pelo qual oferecer o peito à criança pode influenciar na criação de laços afetivos: há indícios de que o cérebro da mãe que amamenta é especialmente receptivo aos sinais da criança. A pesquisadora Pilyoung Kim e seus colegas no Centro de Estudos da Criança, da Universidade Yale, usaram ressonância magnética funcional para escanear os cérebros de 20 mulheres expostas à imagem de seus bebês ou ao choro deles. Resultados do estudo feito três semanas depois do parto sugerem que mulheres que amamentam mostram maior excitação das áreas límbicas, do hipotálamo e do mesencéfalo – envolvidas com emoção e motivação – em comparação com mães que ofereciam mamadeira a seus filhos.

Os cientistas acreditam que essa diferença seja marcada pela oxitocina, um hormônio que vem recebendo muita atenção por seu papel nos elos sociais. Amamentar estimula a produção da substância, o que pode aumentar a atenção da mãe para seu bebê. Porém, três ou quatro meses depois do nascimento, a diferença no valor global de atividade cerebral entre voluntárias que amamentaram no peito e as que recorreram à mamadeira era menor. Isso indica que com o tempo a reação da mãe a seu bebê pode depender mais da personalidade, experiência de vida e intensidade emocional da mulher que dos níveis de hormônio.

As áreas mais sensibilizadas do cérebro das “mães de mamadeira” foram outras: a atividade do córtex pré-frontal e outras regiões ligadas a comportamentos sociais e cognitivos aumentaram. Pelo fato de todas as participantes do estudo serem saudáveis e com histórias semelhantes, Kim adverte que padrões específicos de ativação cerebral encontrados neste estudo podem não se generalizar para uma população mais diversa. Os resultados são valiosos, porém, para mães que têm depressão ou problemas causados por fatores ambientais, como a pobreza. A amamentação pode ser um modo de estimular a produção de oxitocina nessas mulheres, favorecendo a relação inicial com seus bebês e, em consequentemente, o desenvolvimento dessas crianças.

fonte: notícia do site "uol" postada pela Nélia na nossa lista de discussão

9.8.09

Pesquisa

Tempo médio de aleitamento materno aumenta de 296 para 342 dias em nove anos
Pesquisa do MS mostra também que, de 1999 a 2008, período de amamentação exclusiva com leite da mãe também cresceu um mês

Levantamento do Ministério da Saúde - feito em todas as capitais e Distrito Federal e em outros 239 municípios e que somou informações de aproximadamente 118 mil crianças – mostra que o tempo médio do período de Aleitamento Materno (AM) no país aumentou um mês e meio: passou de 296 dias, em 1999, para 342 dias, em 2008, nas capitais e Distrito Federal. O estudo também revelou um aumento do índice de Aleitamento Materno Exclusivo (AME) em crianças menores de quatro meses.
Em 1999, era de 35%, passando para 52% em 2008. Outro resultado importante está relacionado com o aumento, em média, de um mês na duração do Aleitamento Materno Exclusivo (AME) nas capitais e Distrito Federal. Em 1999, a duração do AME era de 24 dias e, em 2008, passou a ser de 54 dias – ou seja, mais que dobrou.
Esses e outros dados estão na II Pesquisa de Prevalência do Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e DF (PPAM), divulgada nesta segunda-feira (dia 3) durante a Semana Mundial de Amamentação. Entende-se por Aleitamento Materno (AM): a criança recebe leite materno e quaisquer outros líquidos ou alimentos e por Aleitamento Materno Exclusivo (AME) a criança recebe somente leite materno, sem quaisquer outros líquidos ou alimentos, exceto medicamentos.
Na década de 1970, as taxas de mortalidade foram altas no país, muito em função do pequeno período de aleitamento materno – 2,5 meses em média. Entretanto, nos últimos anos, a conscientização dos profissionais e as estratégias de governo têm mudado esse cenário. Essa melhora pode ser atribuída a inúmeros fatores, dentre eles: às campanhas governamentais de incentivo ao aleitamento materno nos três níveis (federal, estadual e municipal); à promoção de cursos (aconselhamento e de manejo clínico da amamentação, entre outros); a uma melhor preparação dos profissionais de saúde; ao crescimento na implantação de bancos de leite humano; às campanhas com a Semana Mundial da Amamentação e ao Dia Nacional de Doação de Leite Humano que contribuem para a mobilização social,à Norma de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso - o Método Canguru; à Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL) transformada na lei nacional 11.265 em 2006; e à Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC).
“O Brasil é um dos poucos países onde há uma política nacional de aleitamento materno coordenada no nível federal. E também onde as normas de controle de comercialização dos ditos ‘substitutos do leite materno’ é exemplo para outras nações”, explica Elsa Giugliani, coordenadora da Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno, do Ministério da Saúde. Tudo isso impacta diretamente em uma maior conscientização da população.
A IHAC, idealizada pela OMS e Unicef para promover, proteger e apoiar a amamentação, foi incorporada pelo MS em 1992 e, desde então, com o apoio das secretarias estaduais e municipais, tem capacitado profissionais, realizado avaliações, reavaliações e estimulado a rede hospitalar para o credenciamento dos hospitais, que se tornam referência em amamentação para seu município, região e estado.

BOM DESEMPENHO -Belém é a capital com o maior índice de aleitamento materno exclusivo em crianças menores de 6 meses; Macapá apresenta a maior duração de aleitamento materno; Campo Grande é quem mais avançou nos índices de aleitamento materno exclusivo; e São Luis, por sua vez, tem os melhores dados de aleitamento materno na primeira hora de vida. Essas capitais serão homenageadas por seus indicadores positivos e receberão um diploma por seu desempenho.
“A ideia é que esses dados forneçam subsídios para o planejamento e avaliação da Política Nacional de Aleitamento Materno em todas as esferas de gestão. Além disso, poderá orientar ações de grupos e organizações não-governamentais que atuam na promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno”, explica Lilian Córdova do Espírito Santo, assessora para Assuntos Relacionados ao Aleitamento Materno, da Área Técnica de Saúde da Criança.

Veja os principais resultados da pesquisa:
ALEITAMENTO MATERNO
Desde a implantação do Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno, no início da década de 1980, os índices de aleitamento materno vêm aumentando gradativamente. Quando comparada à situação em 1999, a duração de Aleitamento Materno (AM), em média, aumentou um mês e meio, passando de 296 dias para 342 dias, em 2008. A média nas capitais passou de 42,2% (1999) para 58,7% (2008).
Fortaleza foi a capital onde houve maior incremento percentual de crianças amamentadas no final do primeiro ano de vida. Os aumentos mais expressivos ocorreram nas regiões Norte e Nordeste e a menor modificação foi na região Sul.

Para ler os resultados completos da pesquisa acesse ao site www.aleitamento.com na página:
http://aleitamento.com/a_artigos.asp?id=1&id_artigo=2067&id_subcategoria=1

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7.8.09

Sobre a SMAM no DF...

"A Abertura da Semana Mundial da Amamentação no Distrito Federal foi realizado no Parque da Cidade com o comparecimento de mães, bebês, crianças, pais, avós e profissionais de saúde. Houve presença do Governador Arruda, Primeira Dama Flavia e a filha Maria Luiza de 9 meses. Apresentações musicais, shantala, pintura de rosto, brinquedos para as crianças maiores, informações de amamentação, orientação de ginecologistas, nutricionista, pastoral da criança, Corpo de Bombeiro Militar, Banda da Policia Militar, Massagem para os adultos, Rotary Clube Taguatinga Norte com pipoca e algodão doce para as crianças foram algumas das atividades realizadas no evento.
O grupo musical "Fazendo Saúde com Alegria" do PSF Veredas 1 de Brazlândia apresentou 4 musicas de amamentação inéditas que foram um sucesso. Conseguimos implacar a importância da Amamentação : Até nas emergências a melhor opção.
O Governador Arruda fez elogio em publico a todos funcionários de Banco de Banco de Leite Humano do Distrito Federal, por sua dedicação e apoio a amamentação no DF.
Várias atividades serão realizadas nas regionais de saúde no decorrer da Semana.
O evento foi uma parceria com a Coordenação para Assuntos da Mulher da Secretaria de Justiça do DF."

fonte: Comissão Distrital de Banco de Leite Humano

20.6.09

MANIFESTO EM FAVOR DAS CASAS DE PARTO BRASILEIRAS

La Leche League Brasília dá seu apoio ao manifesto a seguir, elaborado pelo presidente da Rede pela Humanização do Nascimento em ocasião do fechamento da Casa de Parto do Realengo no Rio de Janeiro.

EM REPÚDIO AO FECHAMENTO DA CASA DE PARTO DAVID CAPISTRANO FILHO - RJ

RECONHECEMOS:
Que o modelo de assistência que orientou a organização dos serviços de saúde no Brasil é um modelo voltado para a doença e para o risco;
Que este modelo adota o paradigma de processamento industrial da assistência, objetificando sujeitos e, portanto, não abrindo a possibilidade de reconhecimento das individualidades e subjetividades, assim como não se sensibilizando para a manifestação do sofrimento e da dor;
Que uma das expressões mais perversas desse modelo é a linha de produção de cesáreas, que em muitas ocasiões desconsideram questões referentes à maturidade fetal, assim como o que seria mais recomendável como boa prática obstétrica;
Que o alto índice de cesarianas e outras intervenções desnecessárias, além de se refletirem em maior dano para mães e bebês, coloca nosso país como alvo preferencial de críticas por parte de organismos internacionais e de cientistas adeptos das boas práticas;
Que partos e nascimentos NÃO são fenômenos de doença, mas sim, a mais alta expressão de saúde, vigor e vitalidade – uma vez que é quando a VIDA se expressa em seu mais alto poder gerador;
Que o atual modelo de assistência ao parto e nascimento apresenta uma grande contradição: por um lado não atende à população de alto risco, haja vista as altas taxas de morbimortalidade materna e perinatal, e por outro, não atende à população majoritária de mulheres de baixo risco, haja vista a excessiva medicalização da assistência, onde práticas antigas e ultrapassadas ainda fazem parte da maioria das rotinas hospitalares (enema, tricotomia, episiotomia. ..).

EM CONSEQUÊNCIA:
Somos favoráveis à proteção e incentivo às atuais Casas de Parto em funcionamento em nosso país, assim como AO ESTÍMULO para abertura de outras casas de parto, com assistência prestada por enfermeiras, porque: • Casas de parto são modelos de assistência a partos e nascimentos baseados na visão desses eventos como processos saudáveis e contribuintes para maior qualidade de vida e saúde das mulheres e seus bebês; • Nesses ambientes é possível a prestação de atendimento mais individualizado, mais respeitador dos processos fisiológicos e naturais; • As enfermeiras, dependendo de como terá sido sua capacitação, terão condições de conduzir a assistência adotando mecanismos não farmacológicos de controle da dor, assim como de adotar medidas não invasivas e menos traumatizantes na condução do processo de parto – e de realizar a reanimação neonatal de acordo com os princípios da Academia de Pediatria Americana quando for necessário; • Mulheres que desejem a assistência ao parto em Casas de Parto devem ser de baixo risco de desenvolver complicações maternas ou perinatais no período de pré-parto, parto e pós-parto. • A assistência em Casa de Partos tem resultados que vão além da redução de morbidade e mortalidade (que são mais frequentes nos ambientes que tratam de doentes, como os hospitais): a facilitação do vínculo mãe-filho, ou mãe-pai-filho é potencializada, com efeitos na saúde mental e social da família; • Em países desenvolvidos, como Holanda, Japão, Alemanha, Áustria e outros, cujos indicadores de mortalidade e morbidade são consideravelmente baixos, assim como suas taxas de cesárea, esse modelo de assistência a partos e nascimentos em casas de parto por obstetrizes faz parte da rotina de atendimento obstétrico – profissionais de enfermagem e medicina atuam como equipe, em colaboração, no sentido do melhor bem-estar possível de mães e bebês. • Para mulheres de baixo risco a assistência ao parto em casas de parto resulta em uma maior satisfação por parte das mulheres e de suas famílias, em redução dos custos e conseqüente melhoria na alocação dos recursos financeiros e, principalmente, em indicadores EQUIVALENTES AOS MELHORES RESULTADOS OBTIDOS EM NOSSAS MELHORES MATERNIDADES.
PORTANTO, consideramos que: A mudança de modelo de assistência que vem sendo corajosamente proposta pelo MINISTÉRIO DA SAÚDE: a) leva em consideração recomendações de organizações internacionais, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), Centro Latino Americano de Perinatologia, Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), assim como as mais atualizadas publicações constantes na Biblioteca OMS de Saúde Reprodutiva e Biblioteca Cochrane, o que se convencionou denominar Medicina Baseada em Evidências Científicas; b) está solidamente legitimada em diretrizes políticas emanadas do Ministério da Saúde, que inclusive instituiu linhas de financiamento para constituição de casas de parto e habilitação de enfermeiras obstétricas; e c) é um avanço no sentido de se oferecer assistência humanizada e baseada em evidências científicas.
E, FINALMENTE, Acreditamos que as reações e atitudes contrárias ao funcionamento destas Casas de Parto são resultantes ou de um profundo desconhecimento das recomendações internacionais e, principalmente, das evidências científicas, ou de resistências à mudança de modelo, seja por conveniências que não consideram o que seria melhor para mães e bebês, seja por compromissos escusos com o grupo de profissionais que se beneficia com a atual situação de excesso de intervenções. Em pleno século XXI onde o acesso à informação é simples e está disponível a todos que queiram abalizar suas práticas com o que há de apropriado segundo critérios de rigor científico.
É INADMISSÍVEL aceitar ações arbitrárias, arrogantes e que desconsideram a Enfermagem como um todo, a população (que tem o direito de receber uma assistência digna, eficiente e baseada em evidências) e uma significativa parte da corporação médica que se nega a aceitar a "medicina baseada em eminências" e seus mitos; Médicos conhecedores de evidências científicas e preocupados com o bem-estar de mães e bebês são e serão sempre nossos aliados e parceiros, neste movimento iniciado há mais de dez anos PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO E NASCIMENTO!

Florianópolis, 07 de junho de 2009
Marcos Leite dos Santos
Obstetra
Universidade Federal de Santa Catarina
Presidente da ReHuNa

El restaurante materno....

Amamentação: uma expressão do amor

Uma preocupação enorme dos pais é sobre o hábito dos lactentes de chuparem seus dedos e tudo que encontram pela frente.
Geralmente chegam a conclusão precipitada que os bebês estão com fome, que a amamentação não os satisfazem. O lactente apresenta uma sucção reflexa ("automática") como resposta a qualquer objeto que lhe toque os lábios. Este reflexo de sucção aparece no feto na 32ª semana de gestação, sendo comum flagrarmos alguns bebês sugando seus dedos intra-útero.
As crianças (até em torno dos 18 meses) estão na fase psico-sexual-oral, i.é, na etapa do desenvolvimento da libido, chamada oral, e sentem muito prazer em sugar ! O fato de sentirem-se bem sugando, "experimentando" o mundo é uma das primeiras manifestações de nossa sexualidade.
Eles se bem cuidados, assistidos, atendidos, carregados no colo, evoluirão naturalmente para outras etapas da sexualidade humana: a anal (em torno dos 2 anos), a genital (em torno dos 3 anos), a edipiana (4 – 6 anos) de latência (na fase pré-puberal)... até o padrão adulto.
Deixe-o sentir conforto, segurança, prazer ao descobrir e sentir o mundo com sua boca... Chupar os dedos dele ou os seu (dedo mínimo com a unha voltada para baixo, para sua língua) alivia a dor (ação analgésica da sucção não-nutritiva), o tranqüiliza, o faz relaxar e sentir-se seguro, protegido...
Para alguns bebês, a necessidade e o prazer de sugar são maiores do que para outros... Se o ambiente está tenso o bebê pode ficar aflito e ter maior necessidade de sucção não-nutritiva. Este é o têrmo técnico que utilizamos. Há sucção não-nutritiva até no peito, o bebê faz um movimento de chupar sem retirar leite, é uma sugada mais rápida (2-3 sucções por segundo) do que a sucção nutritiva (1 sucção por segundo) que o alimenta.


...
"A imensa afetividade dos mamíferos inicia-se do modo mais doce e adorável, quando crianças que saem imaturas do ventre das mães necessitam da proteção e calor dessas mães peludas nos seios das quais se aleitam."
Edgard Morin – Amor Poesia Sabedoria

Logo de início quero deixar bem claro que não estou dizendo que "quem não amamenta não ama". A maioria das mulheres não tiveram acesso a informação, esclarecimento, apoio, e foram bombardeadas pelo marketing das mamadeiras, chupetas, fórmulas infantis desde sua infância ou tiveram profissionais e serviços de saúde que não facilitaram este delicado início... dificultando o estabelecimento do aleitamento materno.
Na atualidade sabemos que a amamentação não é um ato instintivo, ainda que natural, e sim uma cultura que precisa ser recuperada e que é necessária um conjunto de habilidades, de informações, de técnicas para o êxito da alimentação ao seio.
Quero refletir sobre um pequeno conjunto de mulheres que tem acesso a informações, são apoiadas, orientadas, incentivadas e mesmo assim não conseguem, não querem (embora esta decisão seja difícil de ser assumida por ser politicamente incorreta). Na verdade, algumas mães podem não estar disponíveis emocionalmente para esta ato tão íntimo, que faz parte da sexualidade humana...

Como estes casos de desmame precoce aparecem no nosso cotidiano ?
"o bebê não pega no peito, não quer mamar";
"o peito rachou, dói muito"
"o bebê chora muito – eu não tenho leite"
"dou o peito toda hora e ele não ganha peso"
"o peito empedrou, tive uma mastite e o médico pediu para parar"
"não como adequadamente e o meu leite é fraco"
"o meus seios são meus órgãos sexuais e não quero que eles caiam"
...


Sabemos pela psico-fisiologia da lactação que a amamentação é um ato psicossomático complexo, que o leite é produzido no peito e na cabeça.
Que para amamentar com prazer há que se ter tranqüilidade, disponibilidade física, temporal, emocional-afetiva, a generosidade de compartir seu corpo, seu colo com o outro, querer dar, poder trocar, estabelecer uma relação muito próxima, profunda, de entrega...
A intenção não é a de colocar "culpa" ou melhor responsabilidade sobre a mulher que não tem paciência ou disposição... O que é necessário é entendermos as origens deste fenômeno que são profundas e podem começar em como esta nutriz atual foi concebida por sua mãe, amamentada ou não, carregada no colo ou não, sua trajetória afetiva familiar e seus relacionamentos conjugal, sexual, sua maneira de conviver com amigo(a)s, sua solidão...
Neste caso parece ser mais fácil utilizar-se da mamadeira porque não é preciso romper com as dificuldades até então guardadas e escondidas no íntimo mais profundo. A mulher que não entende que para mudar precisa romper com as dificuldades e que decidir ter um filho é antes de mais nada, se preparar para mudanças. Ao dar a mamadeira a mulher não sai comprometida a transformar-se, a procurar as causas mais superficiais (erros de técnica, crenças e tabus, desconhecimento do seu próprio corpo e de como o leite é produzido e ejetado/liberado) e os determinantes mais profundos (psíquicos, anímicos, espirituais, energéticos...) desta impossibilidade.
Amamentar é desejo, vontade, entrega, doação, troca, prazer com o outro.... Como pode uma mulher se entregar a um filho se não consegue se entregar a si mesma ? Talvez esteja aí a chave para ajudarmos tantas mulheres a recuperarem a sua auto-estima e confiança em si próprias e aí sim, teremos mulheres prontas para a vida de mãe no sentido completo que esta simples palavra expressa.

"As várias formas de amar são, na verdade, integradas, já que os mesmos hormônios estão envolvidos e os mesmos padrões de comportamento ocorrem durante
a relação sexual, o parto e amamentação."
Michel Odent

O leite é mais produzido "na cabeça", na nossa psiqué, resultado de nossa emoções de querer ou não, do que nas mamas.
Um exemplo que comprova esta afirmação: mães que adotam bebês sem terem estado grávidas, podem amamentar se estão disponíveis, se querem... Nós profissionais de saúde podemos apoiá-las com algumas técnicas, com algumas medicações, mas são elas e o seu desejo, o determinante do sucesso.


A OCITOCINA produzida pela neuro-hipófise é o hormônio do amor, do prazer,
das liberações/ejeções, da doação, da entrega...
A PROLACTINA secretada pela adeno-hipófise é o hormônio da maternagem...
Antigo na escala evolutiva, servindo a múltiplos papéis...
Mediando o cuidado com a prole, desde a construção do ninho, por ex. , até o comportamento agressivo defensivo, típico das nutrizes.

Quando uma mãe não quer ou está em um momento emocional que não pode, não há técnica, medicamentos, apoio, aconselhamentos que a remova da decisão. Para amamentar tem que querer poder e estar aberta a mudanças. E muitas vezes estes sinais de não disponibilidade já foram dados durante o pré-natal: sua visão das mamas como objeto sexual exclusivo, achar bonito o uso de mamadeiras e chupetas, não querer se preparar para o parto e amamentação em cursos de gestantes...
Há que se ter paciência e propor, sugerir, tentar não impor... e se mesmo assim a decisão é inflexível em não dar o peito, é melhor realmente não ofertá-lo. Uma última tentativa, que o complemento então, seja dado no copinho, ou na xícara para que a disfunção motora-oral ("confusão de bicos") não se estabeleça e que este bebe possa ter contato pelo menos com os seios para satisfação do seu prazer oral em sugar.

"O vínculo entre mãe e bebê é o protótipo de todas as formas de amor."



Autor: Dr. Marcus Renato
Publicado no
www.aleitamento.com em 26/3/2003

20.5.09

Gracias a Dios morir de hambre no es contagioso

Todas nós líderes de La Leche League latina recebemos o artigo a seguir de nossa colega de LLL Colombia Eliana Duque Vélez com a solicitação de divulgá-lo.
O assunto é polêmico e deixa refletir sobre a indiferença perante a fome, a desnutrição, a falta de recursos e investimentos para com a amamentação, etc.
O texto é em espanhol mas com certeza não vai ser dificil entendê-lo... boa leitura e postem suas reflexões!


* * *
Gracias a Dios morir de hambre no es contagioso

Porque de ser así, hace tiempo que los seres humanos seríamos sólo historia pasada.

Morir de hambre no puede considerarse una pandemia (enfermedad epidémica que se extiende a muchos países o que ataca a casi todos los individuos de una localidad o región, según el Diccionario de la Real Academia Española), pero ver la manera como todos los años, según la Organización de las Naciones Unidas para la Agricultura y la Alimentación FAO1, más de 5 millones de niños mueren por desnutrición y deficiencias de vitaminas básicas y minerales, debería movernos tanto como el temido virus AH1N1.

No deja de inquietarme cómo los medios de comunicación, en su afán por informar, siguen cayendo en los mismos lugares comunes a los que nos tienen acostumbrados. Sin dejar de parecerme bastante preocupante el hecho (no tan fácil, según entiendo) de morir por la Gripa A, me indigna ver la indiferencia con la que el mundo entero trata el tema de las muertes por hambre. Y es apenas lógico que una gripa que representa la muerte potencial para cualquiera de nosotros sea tan preocupante, pero me pregunto hasta qué punto se le da tal tratamiento mediático por el hecho de ser contagiosa, pues si morir de hambre también lo fuera, ya quisiera ver la movilización de los medios de comunicación y de los gobiernos de todo el mundo, ante tan terrible pandemia.

Pero como gracias a Dios morir de hambre es exclusivo de ciertos países, de ciertas clases y de ciertos estratos socioeconómicos, y es imposible contagiarse, los seres humanos que gozamos el privilegio de la mesa servida varias veces al día, poco nos preocupamos por el tema. Poco nos importa saber que, según la FAO, 852 millones de personas no poseen lo suficiente para comer cada día, que 200 millones de niños menores de cinco años padecen malnutrición aguda o crónica, que 11 millones de niños mueren anualmente por enfermedades que se podrían prevenir (se trata de 30.000 víctimas diarias) y que 1,2 mil millones de personas no tienen agua potable.

Lo más triste de la historia es que muchas de esas muertes podrían evitarse con un acto sencillo, natural, antiguo, e inherente a nuestra especie, pero que lamentablemente está en desuso: la lactancia materna. La alimentación es un derecho humano fundamental y sin embargo parece no importarle a quienes están en la obligación de promover prácticas que garanticen la seguridad alimentaria de nuestra humanidad. La leche materna, aquella que cualquier mujer puede producir, es, por su propia naturaleza, la única capaz de proveer al bebé humano, de manera exclusiva, todo lo que necesita para vivir durante sus primeros 6 meses de vida, y después de este lapso y hasta los dos años o más, el 40% de los requerimientos energéticos. Esto significa no sólo evitar la muerte por hambre, sino evitar un sinnúmero de enfermedades que acaban con la vida de los bebés y niños no lactados, proveerles un sistema de defensas, así como disminuir el riesgo de contraer, a lo largo de sus vidas, ciertos tipos de cáncer, diabetes, y otras enfermedades. Esto, sin mencionar que el amamantamiento es la mejor manera de establecer el primer vínculo madre-hijo y una relación que tendrá beneficios duraderos sobre la autoestima de ambos. Igualmente, la mujer que da el pecho, está protegiéndose contra la osteoporosis, el cáncer de mama, la diabetes, infartos, embolias, entre otros padecimientos.

Esta es una invitación a los medios de comunicación para que no sólo le den importancia a noticias cuya extraordinaria repercusión merece todos los titulares, sino a aquellas noticias que, aunque en apariencia no tienen la magnitud de una pandemia, podrían tener una influencia definitiva en la manera como nuestra sociedad concibe hoy en día el tema de la alimentación de sus infantes. Es nuestra responsabilidad con las futuras generaciones promover la lactancia materna como la única práctica natural con la que fuimos provistos como mamíferos, para alimentar a nuestras crías con la única leche especialmente diseñada para ellas. Eso contribuirá enormemente a preservar nuestra especie y a formar individuos más sanos física y emocionalmente.

Eliana Duque Vélez
Comunicadora Social-Periodista
Liga de la Leche de Medellín
ligadelalechemed@gmail.com

15.5.09

ONE MILLION CAMPAIGN

A Campanha do Um Milhão, visa mobilizar o mundo para a necessidade de apoiar as mães para que possam amamentar.

Cerca de dez milhões de crianças morrem todos os anos, em todo o mundo, antes do seu quinto aniversário por causas que poderiam ser evitáveis.

São 27 mil por dia ou 1.100 crianças que morrem a cada hora, sendo que um terço dessas - cerca de 450 por hora - são bebês com menos de um mês de vida. Muitas deles teriam sobrevivido, se as mães tivessem recebido orientação, apoio e condições para amamentá-los.

Hoje em dia, ninguém nega mais a importância da amamentação para o desenvolvimento - e, em alguns casos, até para a sobrevivência - das crianças, mas o sucesso da amamentação não pode ser responsabilidade única das mulheres.

São muitos os fatores que afetam a sua habilidade e disponibilidade para amamentar. A divisão do trabalho doméstico, a confiança em seu corpo e sexualidade, necessidades econômicas, leis trabalhistas, violência em casa ou no local de trabalho, acesso a serviços de apoio, a promoção de alimentos artificiais para bebês, tudo isso e muito mais, afeta essa decisão.

A mãe só poderá exercer plenamente a amamentação se puder contar com uma rede de apoio, com o compromisso da sociedade em possibilitar que o ato de amamentar não seja uma ação isolada e solitária, mas resultado de um esforço coletivo que garanta a toda mulher condições para isso. Alguns fatores importantes, que levam ao abandono da amamentação são:

* a inexistência de legislação adequada e apoio no local de trabalho às mulheres que trabalham fora de casa e desejam amamentar;
* a falta de apoio e orientação correta sobre amamentação e alimentação infantil;
* a promoção indiscriminada de alimentos promovidos como substitutivos do leite materno, seja diretamente para as mães ou para profissionais de saúde, que minam a confiança das mulheres na amamentação.

A Campanha do Um Milhão pretende reunir pelo menos um milhão de assinaturas numa petição que cobra o compromisso dos países na busca de soluções para a superação dessas dificuldades.

O texto da petição é o seguinte:

Às autoridades mundiais

Como cidadã(o)s, reivindicamos que se interrompa a interferência comercial na nutrição infantil; que se implemente, rigorosamente, o Código Internacional para Comercialização de Substitutos de Leite Materno e se assegure o apoio às mulheres para amamentar.
Pedimos que sejam criadas e implementadas legislações restritivas à promoção de substitutivos do leite materno e alimentos infantis, por parte das indústrias; que se estabeleça um plano de ação, devidamente financiado, para promover e apoiar as mulheres para amamentar da melhor forma e para que tenham garantido um ambiente comunitário e de trabalho favorável à amamentação, que contemplem os recessos adequados, tanto no setor público quanto no privado, possibilitando que as mulheres que trabalham fora de casa não se vejam forçadas a abandonar a amamentação.

Ação Urgente

Entre os dias 18 e 22 de maio, acontecerá a 62o Assembléia Mundial de Saúde, em Genebra (Suíça), onde autoridades de países de todo o mundo discutirão:
* questões relacionadas a preparação para pandemia de gripe;
* a implementação de Regulações Internacionais de Saúde;
* cuidados básicos de saúde, incluindo o fortalecimento do sistema de saúde;
* determinantes sociais de saúde; e
* o monitoramento das conquistas relacionadas com a saúde da iniciativa mundial “Metas de desenvolvimento do milênio”.

Arun Gupta, coordenador da campanha, levará à Genebra o resultado da primeira fase dessa petição, que será entregue a representantes de todos os países. Por isso, estamos tentando reunir o maior número de assinaturas possível, nesses próximos três dias.

Aí é onde vocês podem ajudar.

Vamos fazer uma corrente de solidariedade, assinem e divulguem a nossa petição via emails, listas de discussão, blog, sites, Orkut, Facebook, Twitter, MSN, como puderem, para que o Brasil possa mostrar o já conhecido compromisso com a promoção, defesa e apoio do aleitamento materno.

Ainda não temos uma versão em português do site da campanha mas vocês podem assinar a petição (cujo texto é o que está acima em verde), no site em<http://www.onemillioncampaign.org/en/Details_Petitions.aspx> inglês ou<http://www.onemillioncampaign.org/sp/Details_Petitions.aspx> espanhol.

Você só precisará colocar seu nome, sexo, email, país e, se quiser, telefone. Essa é uma boa oportunidade de ajudar, com o que vocês já são muito bons: fazendo mobilização na internet.

Participem.

Twitter da campanha: http://twitter.com/onemillion_bf
Facebook: Support breastfeeding: ONE MILLION CAMPAIGN<http://www.facebook.com/profile.php?id=805259678#/group.php?gid=50360141389&ref=ts>
Video noYou Tube<http://www.youtube.com/watch?v=GxPUsbTqa0I&feature=channel_page>

(fonte: Denise Arcoverde)

LLL Brasília já assinou a petição e convida vocês a assinar porque a amamentação não é responsabilidade da mulher mas da sociedade inteira !

12.5.09

Semana Mundial pelo Respeito ao Nascimento


Semana Mundial pelo Respeito ao Nascimento, uma Iniciativa da Alliance Francophone pour l’Accouchement Respecté (AFAR) desde 2004 .


Este ano o tema abordado será “O aumento das taxas de cesáreas no mundo”, e o slogan original da Parto do Princípio não poderia ser mais adequado:

“Pelo fim das cesáreas desnecessárias, por uma nova forma de gestar, parir e nascer”.


A exposição visa incentivar a escolha segura e consciente da via de parto, preservando o vínculo afetivo mãe e filho, a amamentação na primeira hora de vida e o parto humanizado.
Além de cerca de 30 fotos e seus cartões explicitando os mitos que rondam o parto em questão e que seriam motivo para uma cesárea possivelmente mal indicada , usaremos banners para divulgar a Rede, expôr os riscos da cesárea para mãe e o bebê e atentar para altas taxas de cesárea nos hospitais brasileiros.
A exposição acontecerá simultaneamente em várias cidades.
Em Brasilia, nos dias 16 e 17/05 no Centro Cultural de Brasilia (L2 Norte, Quadra 601 ao lado do SERPRO) e nos dias 19 e 20/05 na Associação Pró-educação Vivendo e Aprendendo (L3 Norte, Quadra 604, atrás da Academia da Vizinhança).
Para saber mais, visite o site da Parto do Princípio: http://www.partodoprincipio.com.br

(fonte da notícia: http://maesyl.blogspot.com/)