9.8.09

Pesquisa

Tempo médio de aleitamento materno aumenta de 296 para 342 dias em nove anos
Pesquisa do MS mostra também que, de 1999 a 2008, período de amamentação exclusiva com leite da mãe também cresceu um mês

Levantamento do Ministério da Saúde - feito em todas as capitais e Distrito Federal e em outros 239 municípios e que somou informações de aproximadamente 118 mil crianças – mostra que o tempo médio do período de Aleitamento Materno (AM) no país aumentou um mês e meio: passou de 296 dias, em 1999, para 342 dias, em 2008, nas capitais e Distrito Federal. O estudo também revelou um aumento do índice de Aleitamento Materno Exclusivo (AME) em crianças menores de quatro meses.
Em 1999, era de 35%, passando para 52% em 2008. Outro resultado importante está relacionado com o aumento, em média, de um mês na duração do Aleitamento Materno Exclusivo (AME) nas capitais e Distrito Federal. Em 1999, a duração do AME era de 24 dias e, em 2008, passou a ser de 54 dias – ou seja, mais que dobrou.
Esses e outros dados estão na II Pesquisa de Prevalência do Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e DF (PPAM), divulgada nesta segunda-feira (dia 3) durante a Semana Mundial de Amamentação. Entende-se por Aleitamento Materno (AM): a criança recebe leite materno e quaisquer outros líquidos ou alimentos e por Aleitamento Materno Exclusivo (AME) a criança recebe somente leite materno, sem quaisquer outros líquidos ou alimentos, exceto medicamentos.
Na década de 1970, as taxas de mortalidade foram altas no país, muito em função do pequeno período de aleitamento materno – 2,5 meses em média. Entretanto, nos últimos anos, a conscientização dos profissionais e as estratégias de governo têm mudado esse cenário. Essa melhora pode ser atribuída a inúmeros fatores, dentre eles: às campanhas governamentais de incentivo ao aleitamento materno nos três níveis (federal, estadual e municipal); à promoção de cursos (aconselhamento e de manejo clínico da amamentação, entre outros); a uma melhor preparação dos profissionais de saúde; ao crescimento na implantação de bancos de leite humano; às campanhas com a Semana Mundial da Amamentação e ao Dia Nacional de Doação de Leite Humano que contribuem para a mobilização social,à Norma de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso - o Método Canguru; à Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL) transformada na lei nacional 11.265 em 2006; e à Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC).
“O Brasil é um dos poucos países onde há uma política nacional de aleitamento materno coordenada no nível federal. E também onde as normas de controle de comercialização dos ditos ‘substitutos do leite materno’ é exemplo para outras nações”, explica Elsa Giugliani, coordenadora da Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno, do Ministério da Saúde. Tudo isso impacta diretamente em uma maior conscientização da população.
A IHAC, idealizada pela OMS e Unicef para promover, proteger e apoiar a amamentação, foi incorporada pelo MS em 1992 e, desde então, com o apoio das secretarias estaduais e municipais, tem capacitado profissionais, realizado avaliações, reavaliações e estimulado a rede hospitalar para o credenciamento dos hospitais, que se tornam referência em amamentação para seu município, região e estado.

BOM DESEMPENHO -Belém é a capital com o maior índice de aleitamento materno exclusivo em crianças menores de 6 meses; Macapá apresenta a maior duração de aleitamento materno; Campo Grande é quem mais avançou nos índices de aleitamento materno exclusivo; e São Luis, por sua vez, tem os melhores dados de aleitamento materno na primeira hora de vida. Essas capitais serão homenageadas por seus indicadores positivos e receberão um diploma por seu desempenho.
“A ideia é que esses dados forneçam subsídios para o planejamento e avaliação da Política Nacional de Aleitamento Materno em todas as esferas de gestão. Além disso, poderá orientar ações de grupos e organizações não-governamentais que atuam na promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno”, explica Lilian Córdova do Espírito Santo, assessora para Assuntos Relacionados ao Aleitamento Materno, da Área Técnica de Saúde da Criança.

Veja os principais resultados da pesquisa:
ALEITAMENTO MATERNO
Desde a implantação do Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno, no início da década de 1980, os índices de aleitamento materno vêm aumentando gradativamente. Quando comparada à situação em 1999, a duração de Aleitamento Materno (AM), em média, aumentou um mês e meio, passando de 296 dias para 342 dias, em 2008. A média nas capitais passou de 42,2% (1999) para 58,7% (2008).
Fortaleza foi a capital onde houve maior incremento percentual de crianças amamentadas no final do primeiro ano de vida. Os aumentos mais expressivos ocorreram nas regiões Norte e Nordeste e a menor modificação foi na região Sul.

Para ler os resultados completos da pesquisa acesse ao site www.aleitamento.com na página:
http://aleitamento.com/a_artigos.asp?id=1&id_artigo=2067&id_subcategoria=1

.

Nenhum comentário: